Bernardo Ribeiro
Tocador de Rabeca Chuleira (2003)
Nos dias 9, 10 e 11 de 2003, Bernardo [Ribeiro] e Artur [Barbosa], tocadores de Chula de Carvalho de Rei, foram representar a Rabeca Chuleira ao “II Encontro de Tocadores” em Nisa, evento organizado pelas associações Pédexumbo (sediada em Évora), Associação Gaita-de-foles (Lisboa) e D'Orfeu (Águeda), em parceria com a Câmara Municipal de Nisa. (cf. Anexo 14 Figura 11) Segundo a nota de imprensa da Câmara Municipal de Nisa, este encontro visava a passagem de testemunho entre músicos de diferentes gerações e contextos sociais e gerar a troca de informação e experiências musicais.
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Bernardo Ribeiro nasceu a 27 de Março de 1927 e faleceu a 26 de Março de 2008. Natural de Carvalho de Rei, foi tocador de rabeca chuleira e outros instrumentos de chula, artesão (era cesteiro) e agricultor. Casou em 1958, com 31 anos, e teve um filho e duas filhas. Há registos de ter sido vogal da Assembleia de freguesia de 1994 a 1996. Tinha na família um tio, o qual tocava concertina.
Segundo Toninho Alves, Bernardo Ribeiro terá aprendido a tocar rabeca com João Barbosa. A filha de Bernardo Ribeiro, Maria Ribeiro90, não sabe precisamente qual a idade em que o seu pai começou a tocar, mas lembra que o pai dizia que “era muito novo” quando começou a tocar, “talvez com 18 anos” (entr. Ribeiro 2010). Maria Ribeiro afirma que o pai já tocava antes de casar: “Porque ele já, em solteiro, andava a fazer bailes, sabe? Eram pobres e ele ia fazer bailes...” (Ibid.).
Bernardo Ribeiro terá começado a tocar rabeca na chula quando João Barbosa deixou de tocar, ficando de certa forma, à sua responsabilidade a continuidade da chula:
“Enquanto o outro senhor tinha a chula, depois é que ele faleceu, o meu pai realmente foi o que principiou... que ficou no lugar desse João Barbosa que... depois diziam: - ‘ó compadre anda cá afinar-me o violão, anda cá afinar-me a viola’ e ele lá ia afinar tudo...” (Ibid.).
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A sua rabeca terá sido feita por um carpinteiro local:
“era uma rabeca feita por um homem, por um habilidoso! Está ali uma rabeca, que aquilo é mais simpatia por saber que foi um habilidoso que fez uma rabeca daquelas, e depois até andava já meia descolada com o arame em volta…” (entr. Alves 2010 a.). (cf. Anexo 14 Figura 17).
Fonte: SILVA, Maria Emiliana. A rabeca chuleira: etnografias, contextos e tocadores. Dissertação de mestrado, Aveiro: Universidade de Aveiro, Departamento de Comunicação e Arte, p. 99, 101-2, 163. 2011.
Mais informações:
http://ria.ua.pt/handle/10773/7560
Indice = 361
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