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Chula de Ovil


Foto: José Alberto Sardinha (1993)

Chula de Ovil com António Alves (2011)

Na década de 1990, o grupo Chula de Ovil, que fora organizado na juventude de António Alves gravou uma cassete. Esse grupo era constituído por José Ferreira (tocador de bombo), Salvador (Cantador e tocador de ferrinhos), António Miranda (tocador de violão), Toninho Alves (Tocador de Rabeca), Flávio Ribeiro (tocador de violão), Almerindo Oliveira (tocador de viola Braguesa) e uma cantadeira do Rancho Folclórico de Baião (cujo nome desconheço). Esta gravação tem um significado particular para si, orgulhando-se de a dar a conhecer a todos os que, como eu, estão interessados na rabeca. (Cf. Anexo 14 Figura 3) Segundo António Alves, o interesse por esta gravação prende-se com o facto de integrar todos os instrumentos da chula. António Alves escreveu o seguinte na capa da cassete: “Chula de Corda, Boscras, Baião”57. Desse grupo de tocadores, os que ainda se encontram vivos continuam a tocar no Rancho Folclórico de Baião (entr. Alves 2011):

“Tínhamos aqui [Ovil] a chula, morreu o tocador de violão, o Almerindo também está no hospital... tocava a viola que era a tal viola braguesa... os outros já está tudo para Baião” (entr. Monterroso a Alves 2000)

Esses mesmos músicos foram gravados e fotografados, em 1993, pelo investigador José Alberto Sardinha, no âmbito do estudo que realizou sobre as tunas do Marão.

...

O grupo de Chula de Ovil, uma freguesia do concelho de Baião, onde reside António Alves, era convidado para tocar a chula em diferentes freguesias daquele concelho, em ocasiões específicas, tais como dias de feira, dias de baile e nas romarias religiosas, de que destaco S. Bartolomeu, na freguesia de Campelo:

“A chula, para além de ser dançada nos bailes, que era a principal forma, também se fazia nos dias de feira. [...] Por exemplo, se fosse numa noitada de S. Bartolomeu era pela rua fora, iam a tocar e paravam... e havia muito respeito em relação à chula. Então, quando a chula estava a ser tocada, todos se calavam. Era de improviso, tinha cantadores, havia um desafio lá e era ao ar livre. Era nas festas, principalmente. [...] Bailes de chula? Lembro-me, eu fui a bailes a Vilares, que é um lugar aqui abaixo de Campelo, em que nem sequer luz eléctrica havia, era a carboneto. Entrava-se dentro da sala e era um cheiro a carboneto... [...] Esse baile de que eu estou aqui a falar, eu fui lá porque estava cá uma família de Brasileiros, a fazer visita aos familiares ali de Vilares, e isso foi motivo para fazerem um bailarico.” (entr. Monteiro 2011)

Fonte:

Mais informações:

http://ria.ua.pt/handle/10773/7560

Indice = 362

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