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Zézinho

Baile de rabeca: Recordar o passado (2008)

Velhos e novos, no Mindelo, todos querem experimentar. O quê? Baile de rabeca, tudo graças ao grupo Folclore Band que decidiu reacender esta antiga tradição dos tempos em que ainda não havia nem instrumentos nem aparelhagens electrónicos. O sucesso é tanto que a frequência dos bailes agora é mensal.

Zézinho (violino e coro), Colde (viola baixo e coro), Vavá (cavaquinho e voz), Tony (violão de acompanhamento), Russo (guitarra), Xandinha (voz e coro) e Calú (voz e coro) são todos, sem excepção, descendentes de gentes de Santo Antão. Saudosos dos dias em que, junto com os pais ou avós, assistiam aos famosos bailes de rabeca da ilha das montanhas, decidiram criar uma versão século XXI dessa tradição. “Eram baile de quatro dias, em que se matava tchuk, fazia-se canja e dançava-se sem parar num ambiente de camaradagem e amizade”, diz Zézinho.

A primeira experiência aconteceu num baile de fim de ano no Hotel Foya Branca, há três anos. “Antes, só fazíamos noites cabo-verdianas. Mas, após o baile de fim de ano no Foya Branca, decidimos que era hora de fazermos bailes de rabeca, não só para os clientes daquele hotel como para os cabo-verdianos de São Vicente”, conta Russo, o coordenador do Folclore Band. Então, os elementos do grupo começaram a fazer convites, pessoalmente, a amigos e familiares.

E no dia indicado, em casa do Colde, aconteceu o desejado baile. O sucesso foi tal que nunca mais pararão. Os bailes passaram a acontecer no famoso salão do Grémio Castilho e, mais recentemente, na casa de música Tradissom & Morabeza. Tudo é igual aos tempos de antanho, ou quase tudo. “Só tocamos instrumentos acústicos, inclusive bateria e percussão, que são habitualmente tocados por músicos convidados, mas amplificamos o som”, explica Russo.

Ali, afirma Zézinho, “não há idades”. Ou seja, há uma mistura indiscriminada de gerações. No início, conta o violinista, “fizemos convites a pessoas de segunda e terceira idade. Elas levaram jovens que, por sua vez, também convidaram outros jovens, tudo gente que não gosta do ambiente das boites e de um ambiente mais selecto e calmo”. A preocupação em conservar o ambiente sereno é tanta que não há bilheteira. “Os ingressos são vendidos pelos elementos do grupo, de casa em casa”.

Fonte:

Mais informações:

http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article29899

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