Damião Soares de Lima (“Missionário”)
Teimosia dá certo para “Missionário” (2005)
Se o boi-de-reis de Cuité tem tanta animação, muito se deve a Damião Soares de Lima, 63 anos, o Missionário. O rabequeiro mais antigo de Pedro Velho aprendeu a tocar rabeca por pura teimosia. “Carregava a rabequinha do rabequeiro Antônio Pedro, quando ele encostava a rabeca, eu pegava escondido para arranhar um pouquinho. Inventei por minha conta, porque não sei ler”.
A infância de Missionário, nascido e criado no mato como costuma dizer, foi movimentada pelas apresentações do boi-de-reis. A vida do rabequeiro segue alegre até hoje. Depois de aprender sozinho a tocar rabeca, começou a animar uns forrós de pé-de-serra. “Tinha vontade de tocar sanfona, tenho uma inveja danada de sanfoneiro”.
O rabequeiro, um homem simples e trabalhador, faz questão de ser modesto. “Não sei tocar nada não. Faço um forrozinho do meu jeito e o reis”.
Fonte: GUSTAVO PORPINO. 'Pedro Velho: Cultura ressurge sobre as ruínas do passado', Preá: Revista de Cultura, No. 11, março/abril, 2005, p.67.
Mais informações:
http://www.fja.rn.gov.br/arquivos/Prea_11Net.pdf
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