Zé de Sena
Foto: Anchieta Xavier
Rabecas feitas com amor e arte (2005)
A paixão do feirante José Antônio de Sena pelas rabecas começou aos 30 anos. Naquele tempo, admirava a habilidade de Pedro Rozendo, um antigo rabequeiro, no sítio Lapa, e ficava imaginando como seria o trabalho de confeccionar o instrumento. Arriscou fazer a primeira, mas, segundo conta, “ficou mal feita toda”.
A habilidade do artesão de 74 anos, natural de Nova Cruz, no agreste potiguar, veio com o tempo. As rabecas nascem na pequena oficina montada nos fundos de sua própria casa. Quando não está moldando a madeira, preferencialmente mogno ou freijó, José de Sena gosta de tocar o instrumento que tão bem aprendeu a fazer. “Só apronto alguma coisa”.
Dentre as músicas favoritas estão os tangos que ouvia a mãe Alzira Maria da Conceição cantar quando era menino. “Eu toco, mas sem saber bem qual é”. O clássico “Tico-tico no fubá” e a “masseira” do boi-dereis também estão entre suas preferências.
José de Sena recebe encomendas de várias cidades do Nordeste, mas o ganha-pão do artesão continua sendo vender mangaio na feira. A média de dez pedidos por ano não é suficiente para o sustento. Missionário, rabequeiro do boi do Cuité, toca com uma rabeca feita pelo colega e elogia.“Zé de Sena gosta e sabe fazer. É um artista.”
Fonte: GUSTAVO PORPINO. 'Pedro Velho: Cultura ressurge sobre as ruínas do passado', Preá: Revista de Cultura, No. 11, março/abril, 2005, p.69.
Mais informações:
http://www.fja.rn.gov.br/arquivos/Prea_11Net.pdf
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