Miguel Aparicio de Melo Artiaga, Baxarel, N. de Melo, P. em Lisboa a 16 de jan, de 29, Ent. na Torre a 22 de fev. do dito ano : Sem proceso : faleceu a 2 de jun. de 33.

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Mandou ao Garcia buscar a rabeca em que se tocava; mas quer fose pela barafunda em que se meteu, ou por esquecimento escapou desta esquizito instrumento. Era ele formado d'uma cabasa, em que o sr. Opman avia aberto dois buracos na mesma diresão de cólo, e bojo, e ajustado com uma linha de sapateiro um pedaso de cana que sobresaía d'ambos os lados, e neste estado lhe tinha o sr. Aparicio posto tres cordas de retrós, atadas em um pedaso de páu no estremo superior da cana, as quaes apoiadas em um cavalete no bojo, erão afinadas com tres caravelhas da mesma cana, metidas no canudo, que sobresaía da parte inferior do bojo. Xamavamos rabeca a este tosco instrumento, e nele tocava o predito sr. Aparicio com um arco, feito d'uma varinha de marmeleiro, e 8 crinas, acompanhando-as flautas, e varias modinhas por ele e outras cantadas. Foi logo desmanxada a rabeca, indo a cana a ser empregada no seu anterior destino d'estar pendurada na parede servindo como em taverna de pôr copos.

Fonte: LOPES, João Baptista da Silva. Istoria do cativeiro dos prezos d’estado na Torre de S. Julĩao da Barra de Lisboa. Lisboa: Imprensa Nacional, 1833, p560, 259-159.

Mais informações:

http://books.google.com.br/books?id=bh0oAAAAYAAJ&pg=PA259&dq=rabeca&hl=pt-BR&sa=X&ei=CqKvUJ3tK4WX0QGxyIGwAQ&ved=0CEsQ6AEwBw#v=onepage&q=rabeca&f=false

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